quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Escravidão no Brasil


No dia 20 de novembro se comemora a Consciência Negra no Brasil, uma data muito importante para nós quando falamos sobre um país que até 1888 ainda tinha a escravidão como lei e, que até hoje tem seus reflexos na sociedade brasileira. Para entendermos a história do sofrimento dos negros, separei três posts para discutir e explicar alguns dos vários momentos em que houve opressão e perseguição contra esta etnia, da qual descendem a maioria dos brasileiros.
O dia da Consciência Negra no Brasil era lembrado em 13 de maio, data da Abolição da Escravatura, mas desde a década de 60, a data foi transferida para o dia 20 de novembro, dia da morte de Zumbi dos Palmares, em 1695, na qual explicarei neste post. Apesar da importância, o dia da Consciência Negra não é um feriado nacional, sendo assim, nem todos os estados brasileiros comemoram esta data.
A escravidão no Brasil
A escravidão existe na história da humanidade desde os primórdios de nossa existência: nas passagens bíblicas como os hebreus e os judeus,  nas civilizações antigas que escravizavam os povos conquistados como Roma, Egito  e Pérsia, etc.
 Na antiguidade, o trabalho escravo era essencial para realizar as tarefas mais pesadas e rudimentares.
No Brasil a escravidão teve início com a produção de açúcar, a partir do século 16 e se intensificou no século 18 com o efeito da "febre do ouro". Os portugueses traziam os negros de suas colônias africanas para serem utilizados como mão-de-obra escrava nos engenhos e nas minas de ouro. Eles eram negociados como mercadorias e o preço era estipulado de acordo com a idade e o estado de saúde do escravo. O transporte era feito nos porões dos navios negreiros em condições desumanas, amontoados e com pouca alimentação. Muitos deles morriam no percurso e, quando isto acontecia, eram atirados ao mar. Trabalhavam a exaustão, de sol a sol, recebiam pelo seu trabalho apenas a  alimentação para mantê-los vivos e alguns trapos para serem utilizados como roupas. À noite dormiam em senzalas (galpões escuros e com pouca higiene) eram acorrentados para não fugirem e também eram constantemente castigados, principalmente com o açoite (chibata), estavam proibidos de praticar sua cultura e religião. As mulheres também eram escravas, sendo que na grande maioria exerciam afazeres domésticos,  serviam como amas de leite e até como escravas sexuais.
Quando os negros conseguiam fugir das fazendas, se escondiam no mato e formavam verdadeiras comunidades, os chamados Quilombos, onde podiam praticar sua cultura e religião, além de ter uma vida mais digna, sem castigos e humilhações. O maior e principal quilombo foi de Palmares, comandado por Zumbi, tido como o grande líder dos negros fugitivos. Zumbi foi caçado impiedosamente e o quilombo foi invadido e destruído no dia 20 de novembro, data em que Zumbi e outros negros foram assassinados. Zumbi teve sua cabeça decepada e o governador de Pernambuco determinou que sua cabeça fosse exposta em praça pública.
Muitas leis foram criadas para acabar com a escravidão: a Lei Bill Aberdeen (1845) que proibia o tráfico negreiro, a lei do ventre Livre (28/09/1871) que dava a liberdade aos filhos de escravos que nasciam após esta data, a Lei dos Sexagenários (1885) que dava liberdade aos maiores de 60 anos ( qual escravo que chegava a esta idade) e por fim, a escravidão no Brasil acabou "oficialmente" no dia 13 de maio de 1888, com a assinatura da Lei Áurea, pela princesa Isabel.
Para saber mais:

0 comentários:

Postar um comentário